sábado, 30 de julho de 2011

Dona Fulana DO Tal




                Grande parte das minhas amigas trocaram seu nome de solteira, adicionando a este o nome do marido, ao se casarem. Uma amiga que morava há alguns anos com o “namorido” chegou até a incorporar o sobrenome dele mesmo sem ter se casado oficialmente (nem no civil, nem na igreja). Tive uma outra amiga que quase ficou neurótica de tanto passar os meses que antecediam seu casamento tentando formar um novo nome que lhe soasse bem ... combinava daqui, combinava dali, e não conseguiu se decidir até duas semanas antes da cerimônia!

                A minha mãe nunca teve o sobrenome do meu pai, isto porque lá na pequena aldeia portuguesa em que eles se casaram na década de 50 isto não era necessário. Foi a primeira mulher casada que conheci que fez isso. Depois fui eu quem fez o mesmo.

                Desde que me conheço por “gente que quer se casar” eu sempre dizia que não mudaria de nome. Sempre senti que isso mudaria minha identidade. Era como se eu negasse minha identidade e origem familiar para me tornar uma outra pessoa, caso o fizesse. E me sinto assim até hoje! Tive a sorte de ter um marido nada machista e “bem pra frentex” sob este ponto de vista.

                Curiosamente, recentemente conversando com minha terapeuta sobre o complexo reino da família, refletimos sobre este conceito. Ela acredita que quando nos casamos, a nossa família passa a ser de fato formada por dois integrantes: o marido e a mulher. Eventualmente, terão ou não filhos que ampliarão esta nova família que acaba de ser formada. Todo o restante (aqueles que chamávamos de família antes de nos casarmos) passam então a ser nossos familiares! E deveríamos nos referir a eles como familiares e não como família. Segundo ela, este conceito é muito importante para o casamento dar certo.

Diante disso, que impacto teria no casamento a mulher ter ou não o nome do marido?

Então, fiquei pensando que talvez faça sentido que esposa e marido compartilhem do mesmo sobrenome mas acredito que legal mesmo seria se estes dois pudessem inventar um novo sobrenome, já que uma nova família será formada. Já pensaram se pudéssemos inventar um sobrenome totalmente novo? Quantos sobrenomes interessantes não apareceriam?

Ou, no máximo, que uníssemos um sobrenome de solteira ao sobrenome do marido como acontece na Inglaterra, por exemplo, algo do tipo Sra. Smith-Jones (sendo o Smith proveniente do nome de solteira e o Jones do marido). Eu seria a Sra. Oliveira-Chieffi.

Mas o que realmente não consigo gostar é da mulher adquirindo o sobrenome do marido pois isso me remete a uma época muito arcaica em que as mulheres eram vendidas (dotes) a seus maridos e este (assim como se marca o casco da pata de um cavalo) crava na mulher seu sobrenome para fazê-la sua, ou seja, de sua posse. É este o motivo de eu nunca ter me simpatizado com esta idéia, tão romantizada na atualidade.

Então, adoraria saber das minhas amigas casadas o que as levaram a incorporar o nome de seus maridos, o que pensaram, idealizaram e sonharam para sua vida de casada através desta modificação.



11 comentários:

  1. Adriana, muito legal seu post. Digo por que optei colocar o nome, não só do meu primeiro marido, mas do segundo também: Machismo!! isso mesmo!! Aquilo que vc citou acima...rsrsrs.
    No segundo confesso que não queria, mas ele me pediu com aquela cara de cachorro abandonado e eu não consegui negar. A sensação que tenho (e concordo plenamente com vc) é de uma pequna traição ao meu pai, traição familiar...rsrss, mas no fundo, no fundo mesmo o problema maior é a troca de documentos e ter que confeccionar tudo de novo com nome novo, como se tivesse sido roubada e tendo que tirar os documentos sabe?? rsrsrs, mas pelo menos dei aos dois consortes a felicidade de levar seus nomes, que para eles era muito importante. Por mim continuaria com o nome do papai, mas... parece que eles dão muito valor a isso, não é mesmo?? Bjs

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  2. Ei Dri!! Não coloquei o nome do Edu... Gosto do meu nome do jeitinho que ele é ;) Beijinhos

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  3. Cristiane De Oliveira Pimenta via Facebook:
    Dri, você não imagina o que tive que fazer para conseguir remover o "Carvalho" e incorporar o "Pimenta"... Era uma questão de honra para mim! Casamos no civil dois meses antes da cerimônia religiosa, só por este motivo! Mudei meu nome, meus documentos, minha assinatura com o maior prazer deste mundo! Não senti que perdi ou mudei minha identidade... Na verdade, tirei um grande peso das costas! Beijos!

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  4. Claudia Henrique via FacebooK:
    Eu tinha essa sensação tb, de que mudaria algo... Mas já estou esperando a hora que a Isabela vai perguntar pq meu nome é diferente do dela... :))) E aqui cada nome fica de um jeito, pois o Vicente é filho de espanhol (tem cidadania espanhola), então o nome de família vem no meio, e não no final...fica tudo trocado!!!!

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  5. eu também não mudei meu nome.. meus pais o deram... meus filhos terão o nome da minha família e a do meu marido..eles sim tem o nome dos dois..nunca gostei do fato da mulher assumir o sobrenome do marido e o marido continuar sendo ele mesmo

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  6. Dri,O blog está lindo e os textos estão super interessantes!!Parabéns e continue escrevendo!Beijo grande

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  7. Oi Dri,
    Eu só não peguei o sobrenome do meu marido como também perdi todo o de solteira rsrs. Na verdade nos meus documentos Franceses eu tenho dois nomes: Andréia Souza de Freitas como nome de solteira e logo abaixo Andréia Vatinet nome de casada. Quando voltei para o Brasil fiz a transcrição da minha certidão de casamento, mas os tontos consideraram que meu nome ficou somente com o Vatinet, aí para conseguir alterar teria que contratar advogado e passar por uma burocracia danada aí deixei pra lá.

    Eu pessoalmente não ligo, na verdade até gosto. Não sou submissa, mas sou das antigas e pra mim vejo como uma prova de amor levar o nome do meu marido, não sinto que seja uma mudança de identidade, pois continuo sendo a mesma pessoa, só com sobrenome diferente... na verdade a minha decisão foi pq me casei com ele pra vida toda e o amo tanto que sinto muito orgulho de ter o sobrenome dele!

    Mas não preciso que ele tenha o meu sobrenome para também provar que me ama, mas acho bem legal o homem tbém acrescentar o sobrenome da esposa!

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  8. Oi Dri! Tô adorando seus posts!
    Quanto a esse, não só coloquei o sobrenome do meu marido como ele colocou o meu! Simmm, acredite! Bjs, Fabiana Guerzoni.

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  10. Oi sou eu a Adriana do futuro, 2024 está terminando. Não sei se isso é bom ou ruim, mas 13 anos se passaram e eu continuo pensando da mesma forma sobre esse assunto!

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