segunda-feira, 18 de julho de 2011

O Casamento



Mary Del Priore é uma conceituada historiadora. É dela a fantástica conclusão "O espelho é a nova submissão feminina".

Café Filosófico é um inteligente e delicioso programa da TV Cultura que convida pessoas interessantes para filosofar acerca de um tema de interesse da sociedade contemporânea.

Esta semana a TV Cultura transmitiu a gravação do programa com a historiadora para falar sobre o Amor e as relações entre homens e mulheres ao longo da história da humanidade.

Lá pelas tantas ela revela que as estatísticas atuais atestam que para cada 10 casamentos 07 se dissolverão em até 10 anos. 
Aquilo ficou martelando em minha cabeça por muitas e muitas horas seguidas. 

Achei esse dado assombroso.

70% dos casamentos não sobreviverão a sua primeira década.

Como este ano eu completo 8 anos casada achei que tinha algum direito de filosofar sobre o assunto, mediante informação tão surpreendente!

Creio que a explicação para tal dado deva ser relativamente simples.

Os casamentos atuais não conseguem sobreviver porque as ultimas gerações foram muito mal criadas por pais bastante preocupados em não permitir que seus filhos sofressem, poupando-lhes limites e frustrações.
Para Freud, sabe-se, é impossível desenvolver-se (amadurecer) sem frustrações.
Sendo assim, diante das menores adversidades e fazendo parte de uma sociedade pautada pelo superficialismo e a facilidade em se descartar objetos e pessoas, vamos ao juiz e pedimos divórcios e mais divórcios.
Curiosamente, do outro lado da rua, a igreja não para de realizar casórios e mais casórios. Dá até a impressão que um trabalha em prol do outro.

Para piorar a situação, atualmente a felicidae tornou-se obrigatória. E o prazer também. 24h!

O mais curioso é que pouquíssimas pessoas saberiam dizer no que consiste a tal felicidade.
Se você fosse perguntado o que significa pra você ser feliz, certamente estaria em sua lista um, dois ou mais destes ítens: dinheiro, sucesso profissional, o carro dos sonhos, a mulher/o homem dos sonhos, uma casa com um lindo jardim, uma viagem para Paris e mais um monte de quinquilharias eletrônicas ou não que nos são apresentadas todos os dias pela TV e pela internet.

O fato é que tudo isso nos traz bem-estar e comforto mas não felicidade.

Ao nos casarmos, e eu estou excluindo aqui todos os casamentos que não são feitos por Amor, temos a ilusão de que aquela pessoa tornará nossa vida mais feliz. E como isso não é verdade, porque pessoas (e como já dito, objetos) não podem nos fazer felizes, esta ilusão se dissolve logo nos primeiros anos de casamento.

E começam os conflitos.

Creio profundamente que se

- parassemos de competir com o parceiro
- fizéssemos com ele de fato uma parceria
- compreendêssemos que homens e mulheres são e agem de maneiras distintas pois seus corpos e hormônios, não por acaso, são diferentes e não deveríamos tentar modificá-los e
- fôssemos suficientemente sinceros e honestos com nossos cônjuges

é bem possível que esta estatística fosse invertida, ou seja que apenas 30% dos casais não sobrevivesse aos primeiros 10 anos do casamento.

E, para finalizar: algumas pessoas não foram feitas para o casamento, assim como nem todos tem aptidão para serem médicos, músicos, artesãos, etc. 
É preciso respeitar (e eu incentivo) todos os que tem dúvidas se deveriam ou não casar.

Na dúvida, não se case, se me permite um conselho.

É preciso aptidão para se manter casado.
É preciso gostar de estar casado.
É preciso aceitar e conviver com imperfeições e dissabores nada românticos ...
mas que valem a pena quando amamos alguém!




Recomendações:

Se você é casado há muitos anos, deixe seu comentário sobre sua receita pessoal de sucesso na manutenção de seu casamento. 

Compartilhar também é um ato de Amor.

Por isso esse blog existe e está comemorando 6 meses de vida!

Obrigada a todos que há 6 meses "me leem" e permitem que eu compartilhe as minhas reflexões e meus sentimentos mais íntimos!





Não deixe de assistir ao vídeo (clique aqui): você irá se surpreender com a 
história do amor e do casamento do século 16 até os dias atuais.




5 comentários:

  1. Estaremos nos 30%! É impressionante nosso conhecimento "teórico", mas todos os dias devemos exercitar o que acredito ser mais importante: ceder. Como somos todos imperfeitos, teremos momentos de crise certamente. Ao menos casados temos um apoio para vencê-los... Aí cabe a "parceria" que você menciona. Rumo aos 10, 20, 30, etc...!!!

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  2. Muito bom!!! eu estou no segundo casamento e posso te dizer que, no meu caso, o primeiro casamento acabou por imaturidade mesmo. A vontade de sair de casa, de ter o próprio teto, viver aquela paixão do namoro para sempre leva muitas pessoas a se unir e esquecem que o auge da paixão acaba (ACABA!!) e se o casal não te maturidade e CUMPLICIDADE ( coloquei em maisculas, pois para mim é a coisa mais importante)o relacionamento finda. Para mim outra coisa muito importante na vida do casal é a igualdade cultural e social. É importante esse equilibrio para dar certo. Bjs!!

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  3. Acabamos de completar 9 anos de casamento, no fundo parece que foi ontem que nos casamos. Claro que passamos por altos e baixos, nada foi fácil. Mas acredito muito que dentro de um relacionamento devemos ceder sim, mas acima de tudo sermos tolerantes, afinal as diferenças sempre existirão. Por mais que eu seja diferente do Frans tento tolerar ao máximo algumas coisas, sei que ele tbém faz o mesmo, qdo estou de TPM até tenho pena dele e fico com remorço, mas faz parte rsrs, acho que isso ajuda bastante, sem falar claro da comunicação, afinal ninguém tem bola de cristal para saber os problemas do parceiro, temos que falar e discutir...
    Por mais que sejamos diferentes não consigo imaginar minha vida sem ele, é até engraçado... Hoje em dia as pessoas casam já pensando "se não der certo separo", eu pessoalmente acho isso um absurdo, se casamos é para vida toda, pois se começarmos assim algo já está começando errado... Claro que pode acontecer de não dar certo, mas aí é diferente, pois foi algo que pode ter acontecido no percurso rsrs
    Fico muito triste com o resultado dessa pesquisa, mas infelizmente é uma realidade. Uma amiga que mora no RJ disse que a filhinha dela perguntou pq ela morava com o pai, pois seria muito mais legal ter duas casas, dois quartos, brinquedos em lugares diferentes como as amiguinhas... Quase cai dura quando ouvi... bjkas

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  4. Muito bom!Gostaria de reforçar um ponto que considero muito importante: idealização. É muito comum duas pessoas decidirem se casar no auge da paixão. Creio que esse seja um dos motivos para essa estatística tão assustadora. O que acontece é que a idealização mascara, por completo, o lado humano das pessoas. Quando idealizamos alguém, ele se torna perfeito. Mas, com o passar do tempo, alguns pontos negativos acabam vindo à tona.E a maioria das pessoas não está preparada para lidar com eles - pois sequer imaginava que existiam.Nesse pacote, vem a decepção e é comum ouvirmos frases do tipo: "você não é mais a mesma pessoa com quem me casei"; "você nem parece a pessoa pela qual me apaixonei"...Essas são frases que denunciam quanto o outro foi idealizado. Para que uma união dê certo, é fundamental que ambos saibam que não estão se casando com um príncipe e uma princesa de contos de fada e, sim, com um homem e uma mulher mortais. Beijos

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  5. Ei Dri, não tenho muitas anos de casada ainda, mas acho que o que mais importa é poder contar com a pessoa quando se está mal e também quando se está feliz :) Muitos beijos

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